Antônia Pereira
(UFPA)
Este trabalho objetiva apresentar como é formada a oração complemento na língua Asurini do Xingu. Essa língua, conforme classificação de Rodrigues (1986), pertencente à família Tupi-Guarani, grupo Tupi. Nessa língua, a oração complemento estrutura-se a partir da afixação de nominalizadores à raiz verbal. Após esse processo, a oração nominaliza-se e passa a desempenhar a função de argumento de outra oração. Os afixos envolvidos na nominalização desse tipo de oração são os que aparecem a seguir: {-tap}, {-ama’e}, {-tat} e {-emi}. O uso de um ou outro nominalizador está estritamente relacionado à natureza do complemento nominalizado. Os argumentos nesse tipo de oração são expressos através de pronomes clíticos ou nominais e relacionais. Assim, sujeitos e objetos são expressos da mesma forma, isto é, não existe um critério morfológico que faça distinção entre sujeito e objeto na oração complemento, tampouco existe distinção formal entre os diferentes tipos de sujeito, como existe nas orações independentes. A codificação da terceira pessoa nesse tipo de oração se distingue da codificação das demais pessoas: enquanto a primeira e a segunda pessoa são codificadas por pronomes clíticos e relacionais, a terceira pessoa não aceita um nominal ou pronome clítico e o prefixo {i-} simultaneamente, sendo este co-referencial com o nominal ou pronome clítico.
(Workshop da Área de Línguas Indígenas da PG do IEL/Unicamp, 12 e 13 de novembro de 2009)