Bibliografia Crítica da Etnologia Brasileira, Volume III (Hartmann 1984)

A transcrição dos 1766 verbetes do terceiro volume da Bibliografia Crítica da Etnologia Brasileira foi concluída em outubro de 2018. O volume inclui, ainda, 68 acréscimos referentes ao vol. I e 48 acréscimos referentes ao vol. II.


VIERTLER, Renate Brigitte

  • A noção de pessoa entre os Bororo. Boletim do Museu Nacional, N.S., Antropologia n. 32, Rio de Janeiro 1979, pp. 20-30. Bibliografia.

A redação tortuosa resultante de uma riqueza de dados que a autora ainda não consegue integrar de maneira totalmente coerente, prejudica a compreensão desse artigo em que se propõe que os significados atribuídos às diversas categorias de nomes pessoais concorrem para formar a noção de pessoa dos Bororo.


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VIERTLER, Renate Brigitte

Oportuna reflexão sobre um assunto que tem merecido pouca atenção de antropólogos e educadores no Brasil. A partir de um pequeno volume da Melhoramentos, A origem das estrelas. Lenda Bororo, n. 8 da Coleção Lendas Brasileiras, 1974, e da versão original do mito, a autora mostra os erros e preconceitos que são veiculados às crianças das primeiras séries do 1º grau de ensino através de tais adaptações. Interpretando o mito e sua mensagem, consegue demonstrar que tais tentativas não passam de caricaturas, e sugere outras formas de tornar acessível a crianças um contexto cultural que lhes é estranho.


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VIERTLER, Renate Brigitte

Discussão do uso dado, na literatura etnológica brasileira, a termos como xamã, pajé, médico-feiticeiro, messias, profeta, herói mítico, chefe cerimonial, feiticeiro, etc.


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VILLAS BOAS, Orlando and Claudio

Rápida narrativa dos encontros com os Txikão e de sua remoção para o Parque Nacional do Xingu em 1967. As fotos mostram aspectos da vida cotidiana.


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VILLAS BOAS, Orlando e Claudio

  • Xingu - os índios, seus mitos. Rio de Janeiro, Zahar, 1970. 206 páginas, ilus. - 2a. edição. Rio de Janeiro, Zahar, 1972. 211 páginas, com ilustrações de Poty. - Edição em inglês: Xingu the Indians, their myths. Introdução de Kenneth S. Brecher, tradução de Susana Hertelendy Rudge. New York, Farrar, Straus and Giroux, 1974. 270 páginas, 2 mapas, ilus., glossário de termos brasileiros e xinguanos. - Edição de bolso em português: Xingu, os índios, seus mitos. São Paulo, Edibolso, 1975. 232 páginas.

Trinta e uma narrativas colhidas entre os índios xinguanos, a maioria Kamayurá e algumas Kuikuru e Juruna, sucedem a um conciso resumo de cincoenta páginas sobre a situação antiga e recente dos grupos indígenas da área. A edição americana é enriquecida por desenhos obtidos pelo autor da introdução, durante uma permanência de dois anos no Xingu, de um índio Waurá.
Cfr. resenha de Shelton H. Davis em American Anthropologist, vol. 74, n. 1-2, Washington 1972, pp. 41-42.


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VILLAS BOAS, Orlando e Claudio

  • Índios do Xingu. Fotos de W. Jesco von Puttkamer, ilustrações de José Lanzelotti. São Paulo, Gráficos Brunner, 1973. Coleção Cultural Mercator. 80 páginas, 35 fotos.

Livrinho de divulgação que conta em vinte páginas fatos e anedotas dos xinguanos. Seguem-se a tradução inglêsa do texto e maravilhosas fotos de aspectos cotidianos e cerimoniais das aldeias.


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VILLAS BOAS, Orlando e Claudio

  • Os Juruna no Alto Xingu. Revista Reflexão do Instituto de Ciências Humanas e Letras da Universidade Federal de Goiás, ano I, n. 1, Goiânia 1974, pp. 61-87, 6 pranchas no texto.

Interessante narrativa dos principais acontecimentos na vida desses índios nos últimos 50-60 anos, principalmente de sua aproximação dos grupos xinguanos. A segunda parte inclui dados sobre certos aspectos da cultura juruna (situação atual do grupo, aldeia, família, trabalho, cachiri, manufaturas, sobrenatural, lenda da criação da tribo), uma relação de termos de parentesco e um vocabulário.


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VILLAS BOAS, Orlando

  • As fantásticas histórias do Xingu. Revista de Atualidade Indígena, ano I, n. 1, pp. 60-61; n. 2, pp. 56-57; n. 3, pp. 52-53; n. 4, pp. 60-61; n. 5, pp. 46-48; n. 6, pp. 26-32, Brasília 1976, ilustrado.

Pajelança, discos voadores, Fawcett, são alguns dos temas dessas "fantásticas histórias".


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VILLAS BOAS, Claudio

  • Jacuí. Revista de Atualidade Indígena, ano II, n. 8, Brasília 1978, pp. 56-58, 3 figuras.

Série de informações de interesse sobre essas flautas do Alto Xingu, seu uso e significado.


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VIVAR A., Judith E.

  • Los Mayoruna: en la frontera Peru-Brasil. America Indigena, vol. XXXV, n. 2, Mexico 1975, pp. 329-347, 1 mapa, sumário em inglês. Bibliografia.

Referências históricas e demográficas sobre esses índios da região dos formadores do rio Javari. Outros dados, das ordens ecológica e econômica principalmente, servem de base para as sugestões da autora relativas a um programa de ação junto ao grupo.


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WACHOWICZ, Ruy Christovam

  • O Xokleng na Província do Paraná. Aldeamento do Papanduva. Boletim do Instituto Histórico, Geográfico e Etnográfico Paranaense, vol. XXXVII, Curitiba 1980, pp. 59-82, 1 figura.

"O objetivo desta pesquisa é o estudo do conflito entre o branco e o xokleng na província do Paraná, culminando com a principal tentativa feita para solucioná-lo: a criação do aldeamento de S. Tomás do Papanduva.
Para a concretização do objetivo foram utilizados somente fontes primárias, existentes no Arquivo Público do Estado do Paraná" (p. 61). A partir dessa documentação, o autor acompanha detalhadamente os contatos índio/branco de 1855 até a extinção do aldeamento em 1877; daí até 1914, início do contato-regular, a questão é tratada em termos mais gerais.


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WAGLEY, Charles

Traduzindo as palavras do autor à página 360, "minha estória de Kamairaho não é, pois, uma biografia nem uma história de vida. Mas é uma tentativa de retratar minhas próprias relações com um importante líder indígena e o que aprendi dele".


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WAGLEY, Charles e GALVÃO, Eduardo

  • Caboclização das comunidades tenetehara. In Florestan Fernandes (org.), Comunidade e sociedade no Brasil. São Paulo, Editora Nacional e Editora da Universidade de São Paulo, 1972, pp. 21-34.

Por um lapso, foi registrado aqui, e não nos Acréscimos do final da Bibliografia, esta reprodução de um capítulo da monografia Os índios Tenetehara, datada de 1961.


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WAGLEY, Charles (editor)

  • Man in the Amazon. Gainesville, The University Presses of Florida, 1974. 330 páginas, ilus. Bibliografia.

Coletânea de comunicações apresentadas na XXXIII Conferência Anual Latino-Americana sobre a Amazônia Brasileira, realizada na Flórida em fevereiro de 1973. Um dos artigos - "Environment and culture in Amazonia" (pp. 91-110) - é do próprio Wagley que discute problemas de adaptação humana desde a pré-história até os dias atuais. Destaca a hipótese de que a retração das florestas há 3.000 anos e a dispersão dos grupos Aruak e Guarani estão intimamente relacionadas.


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WAGLEY, Charles

  • Time and the Tapirapé. Actes du XLIIe Congrès International des Américanistes, Congrès du Centenaire, Paris 2-9 Septembre 1976, Paris 1977, vol. II, pp. 369-377. Bibliografia.

Wagley distingue entre os Tapirapé o tempo ecológico e o tempo estrutural; além deles, o passado penetra no domínio em que o fato histórico e o mito se confundem.


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WAGLEY, Charles

  • Welcome of tears. The Tapirapé Indians of Central Brazil. New York, Oxford University Press, 1977. 328 páginas, ilus., 1 apêndice, glossário. Bibliografia.

Sete anos após a monografia de Herbert Baldus (BCEB 2957), o livro do outro cronista dos Tapirapé completa o quadro da etnografia desses Tupi do Araguaia. Estudados por dois pesquisadores de igual estatura profissional, mas de óticas diferentes e complementares, numa época em que o contato interétnico era esporádico, os Tapirapé passam a ser um dos grupos indígenas melhor documentados em seu gênero de vida tradicional.
Wagley redige sua monografia nos moldes americanos, baseado sobretudo em observações datadas de 1939-40. Entretanto, por ter voltado ao campo em 1953, 1957 e 1960, por períodos maiores ou menores, e ter acompanhado os trabalhos de Judith Shapiro (BCEB 4382 e 4383) entre os mesmos índios em 1966 e 1967, Wagley mostra-se muito sensível aos fenômenos de mudança na sociedade e cultura Tapirapé, registrando-os admiravelmente entretecidos no texto.
O apêndice contém a tábua de parentesco para Ego masculino e feminino, enquanto o glossário registra termos tapirapé e portugueses usados.
Cfr. comentário de Roque de Barros Laraia no Anuário Antropológico 77, Rio de Janeiro 1978, pp. 203-208, sob o título "De como uma tribo cativou seu antropólogo".


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WALLACE, Ruth

Entre agosto e outubro de 1968 a autora colheu entre os Kaxuyana da missão franciscana do rio Paru de Oeste no Parque Nacional do Tumucumaque, 850 palavras e frases em fitas magnéticas que serviram de base para o presente trabalho. O material é estudado em termos de fonemas, sílabas, vocábulos fonológicos e grupos de entonação.


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WALLER, Helen E.

A partir de 22 textos recolhidos entre esses índios do norte de Goiás, visitados pela autora desde 1969, o artigo constata que "nhũm é antes de mais nada, uma conjunção contrastiva inter-clausal cujas funções são condicionadas por seu ambiente ao nível discursivo" (p. 7).


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WASSÉN, S. Henry

  • Helena Valeros via dolorosa brand waicaindianerna. Nordisk Medicinhistorik Arsbok, Supplementum II, 1969, pp. 1-12, 3 figuras, resumo em inglês, notas.

Comentários acerca do depoimento de Helena Valero a Ettore Biocca (BCEB 1912), ressaltando o autor aqueles aspectos ligados ao uso cerimonial de drogas alucinógenas.


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WASSÉN, S. Henry

Um tabuleiro de aspiração de paricá registrado numa das ilustrações dos manuscritos de Alexandre Rodrigues Ferreira, o sábio baiano que percorreu a Amazônia no final do século XVIII, deu origem a esse artigo em que são abordadas também questões ligadas à coleção etnográfica do naturalista. O apêndice é a transcrição do manuscrito original de Rodrigues Ferreira, datado de 13 de fevereiro de 1786, "Memória sobre Os Instrumentos de que usa o Gentio p.a tomar o tabaco = Paricá = os quaes forão remetidos no Caixão N° 7 da primeira remessa do Rio Negro".


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