A transcrição dos 1766 verbetes do terceiro volume da Bibliografia Crítica da Etnologia Brasileira foi concluída em outubro de 2018. O volume inclui, ainda, 68 acréscimos referentes ao vol. I e 48 acréscimos referentes ao vol. II.
VIEIRA FILHO, João Paulo Botelho
- Os dermatóglifos dos Gaviões e suas afinidades com outros grupos indígenas brasileiros. Revista da Associação Médica Brasileira, vol. 17, n. 4, São Paulo 1971, pp. 115-122, 12 tabelas, resumos em português, francês e inglês. Bibliografia.
Os dermatóglifos desses índios são comparados com os dos Xikrin, Suruí e Xavante.
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VIEIRA FILHO, João Paulo Botelho
- Aumento demográfico das populações indígenas Xikrin e Suruí. Revista da Associação Médica Brasileira, vol. 79 [18], n. 1-2, São Paulo 1972, p. 42.
Resumo de comunicação em que o autor registra 23,52% de crescimento populacional entre os Xikrin em três anos (1968 a 1971) e 15,90% entre os Suruí em um ano (1970-1971).
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VIEIRA FILHO, João Paulo Botelho
- Considerações a propósito da inexistência de bócio entre os indígenas brasileiros Xikrin. Revista da Associação Médica Brasileira, vol. 18, n. 9, São Paulo 1972, pp. 345-348, duas tabelas no texto. Bibliografia. - Transcrito em Revista de Atualidade Indígena, ano III, n. 15, Brasília 1979, pp. 13-16.
No cultivo das terras pretas da floresta, na dieta constituída de batata doce e inhame associados à carne, e na ausência de fatores genéticos, o autor encontra as razões para a inexistência do bócio entre os Xikrin do rio Caeteté.
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VIEIRA FILHO, João Paulo Botelho
- Novas contribuições aos estudos palmares dos Xikríns. Revista da Associação Médica Brasileira, vol. 18, n. 7, São Paulo 1972, pp. 255-258, 6 tabelas no texto, resumos em português, francês e inglês. Bibliografia.
"Calculamos a main-line index dos Xikrín e comparamos com a main-line dos Gaviões e dos Suruí. Notamos maior afinidade entre o valor da main-line index dos Xikrín com o valor da main-line dos Gaviões, ambos da família linguística Jê, do phylum Jê-Pano-Caribe, sugerindo um paralelismo entre os dermatóglifos e o ramo linguístico.
Os dermatóglifos contribuem de maneira valiosa para a recomposição étnica e histórica do continente americano" (p. 258).
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VIEIRA FILHO, João Paulo Botelho
- Análise das glicemias dos índios das aldeias Suruí, Gaviões e Xikrin. Revista da Associação Médica Brasileira, vol. 21, n. 8, São Paulo 1975, pp. 253-255, 3 tabelas no texto, sumário em português, francês e inglês. Bibliografia.
Ao contrário da maioria das tribos norte-americanas, as populações examinadas não apresentaram nenhum caso de diabetes mellitus, o que o autor atribui à manutenção dos hábitos tradicionais de alimentação.
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VIEIRA FILHO, João Paulo Botelho
- Pseudo-hermafroditismo masculino entre os índios do Uaçá. Revista da Associação Médica Brasileira, vol. 22, n. 4, São Paulo 1976, pp. 129-133, 5 figuras no texto. Bibliografia.
Caracterização da ocorrência num índio Caripuna de aproximadamente 10 anos de idade, proveniente da região do Uaçá, Oiapoque, junto à fronteira com a Guiana Francesa.
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VIEIRA FILHO, João Paulo Botelho
- O diabetes mellitus e as glicemias de jejum dos índios Caripuna e Palikur. Revista da Associação Médica Brasileira, vol. 23, n. 6, São Paulo 1977, pp. 175-178, resumos em português, francês e inglês. Bibliografia.
Segundo o resumo: "a ocorrência de diabetes mellitus entre os índios da região do Uaçá pode ser relacionada com a aculturação alimentar, manifestada pelo grande consumo de farinha de mandioca e pela introdução da cana de açúcar" (p. 178).
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VIEIRA FILHO, João Paulo Botelho
- Heredograma e coeficiente de endo-cruzamento de uma família indígena com pseudo-hermafroditismo masculino e pé torto congênito. Revista da Associação Médica Brasileira, vol. 24, n. 1, São Paulo 1978, pp. 36-38, 1 gráfico, 1 tabela, resumos em português, francês e inglês. Bibliografia.
A pesquisa foi realizada entre os índios Caripuna do Território Federal do Amapá. O gráfico incluído no trabalho interessa também ao não-especialista por constituir-se de um quadro genealógico de uma família que abarca seis gerações.
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VIEIRA FILHO, João Paulo Botelho
- O diabetes mellitus entre os índios dos Estados Unidos e do Brasil. Revista de Antropologia, vol. 21 (1a. parte), São Paulo 1978, pp. 53-60. Bibliografia. - Transcrito em Revista de Atualidade Indígena, ano III, n. 14, Brasília 1979, pp. 17-24.
"A obesidade, o sedentarismo e a ingestão abundante de hidratos de carbono são condições para a prevalência do diabetes mellitus" (p. 56). Através da bibliografia, o autor mostra a alta incidência da moléstia entre índios norte-americanos. E suas observações de campo indicam uma situação semelhante entre Caripuna, Palikur e Galibi enquanto os Xikrin, Suruí e Gaviões, populações com penúria de alimentos, caçadoras e coletoras, não evidenciaram nenhum caso de diabetes. O trabalho é importante também para o planejamento da política indigenista a longo prazo.
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VIEIRA FILHO, João Paulo Botelho
- Índio Paracanã com hipogonadismo hipogonadotrópico idiopático. Revista da Associação Médica Brasileira, vol. 24, n. 10, São Paulo 1978, pp. 363-364, sumários em português, francês e inglês. Bibliografia.
Descrição dessa doença verificada pelo autor em um indivíduo da tribo Parakanã do sudeste do Pará.
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VIEIRA FILHO, João Paulo Botelho
- Os índios Carajá da cidade de Aruanã. Revista de Antropologia, vol. 22, São Paulo 1979, pp. 151-152.
Em fins de 1979 e começo de 1979, o autor teve ocasião de visitar os 28 indivíduos que compõem a comunidade karajá enquistada na cidade de Aruanã. Em termos muito objetivos, traça a situação desses índios, do que vivem e o que fazem, conseguindo retratar um quadro da mais absoluta miséria física e psíquica desse punhado de gente.
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VIEIRA FILHO, João Paulo Botelho
- Medicina indígena e medicina científica. Revista de Atualidade Indígena, ano III, n. 18, Brasília 1979, pp. 35-37, 1 figura. Bibliografia.
Reflexões de um médico sobre a possibilidade da coexistência das duas modalidades de terapêutica.
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VIEIRA FILHO, João Paulo Botelho
- Relato de acontecimentos relacionados com a presença das madeireiras na reserva dos Xikrin do rio Cateté. Revista de Antropologia, volume 23, São Paulo 1980, pp. 173-176.
Descrição de eventos ocorridos em julho de 1980 na aldeia xikrin, fotografados e gravados pelo autor na ocasião e encaminhados às autoridades responsáveis.
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VIEIRA FILHO, João Paulo Botelho
- O bócio entre os índios brasileiros. Revista da Associação Médica Brasileira, vol. 27, n. 10, São Paulo 1981, 8 figuras, sumários em português, francês e inglês. Bibliografia.
Em vista da inexistência de bócio entre populações indígenas de floresta, constatada por antigos viajantes e, mais recentemente, pelo próprio autor (BCEB 4517), é de interesse a discussão que Vieira Filho apresenta a propósito de casos verificados entre os Bororo e os Xavantes de Mato Grosso.
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VIEIRA FILHO, João Paulo Botelho
- Problemas da aculturação alimentar dos Xavantes e Bororo. Revista de Antropologia, vol. 24, São Paulo 1981, pp. 37-40. Bibliografia.
Ligeiras notas a respeito do problema, extraídas das experiências do autor em campo.
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VIERTLER, Renate Brigitte
- Os Kamayurá e o alto Xingu. Análise do processo de integração de uma tribo numa área de aculturação intertribal. São Paulo, Instituto de Estudos Brasileiros, 1969. Publicação n. 10. 118 páginas. Bibliografia.
A autora busca na farta literatura sobre o Alto Xingu os elementos necessários para caracterizar constituição e atividades do grupo doméstico entre os Kamayurá, sua vinculação com as demais unidades do gênero na aldeia, e sua inserção no mundo das relações intertribais através de mecanismos que o transcendem. Trata-se de um bom exemplo das agruras inerentes à pesquisa bibliográfica: um autor à procura do específico - a tribo kamayurá - numa literatura voltada para a uniformidade - a área cultural do Alto Xingu.
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VIERTLER, Renate Brigitte
- Die Kamayurá-Indianer im Quellgebiet des Xingu. Staden-Jahrbuch, 17, São Paulo 1969, pp. 45-53. Bibliografia.
Tomando como ponto de referência os Kamayurá do Alto Xingu, a autora procura esclarecer os mecanismos de manutenção da identidade lingüística e cultural numa área de acentuada aculturação intertribal.
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VIERTLER, Renate Brigitte
- O alto Xingu e suas possibilidades de exploração antropológica. Revista de Antropologia, vol. 17-20 (1a. parte), São Paulo 1969-1972, pp. 69-74.
Exposição das dificuldades da pesquisa bibliográfica no contexto da etnologia do Alto Xingu e das razões que levaram a interpretar o material como o fez em sua tese de mestrado Os Kamayurá e o Alto Xingu (BCEB 4530).
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VIERTLER, Renate Brigitte
- As aldeias bororo. Alguns aspectos de sua organização social. Coleção Museu Paulista, Série de Etnologia, vol. 2, São Paulo, Fundo de Pesquisas do Museu Paulista, 1976. 295 páginas, 26 figuras, 3 apêndices, 1 glossário. Bibliografia.
Compreender nomes pessoais, tecnônimos e apelidos implica em constantes movimentos entre a cultura material, a mitologia, a organização política, a vida religiosa, etc., de uma sociedade por parte do pesquisador. Os nomes pessoais constituem unidades de referência multidimensionais, cujo aproveitamento sistemático revelou ser de enorme utilidade para esclarecer diversas dificuldades de interpretação do material Bororo, permitindo destarte incluir grande número de dados até agora estrategicamente negligenciados pela maioria dos estudiosos tais como o rico acervo da cultura material, as coleções de mitos e as formas de endogamia de metades que, apesar de constatadas, foram sistematicamente desprezadas por estes" (p. 39).
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VIERTLER, Renate Brigitte
- O estudo de parentesco e as práticas de nominação entre os índios borôro: os nomes de caça pela morte de um Borôro (Iebio-mage). Revista de Antropologia, vol. 21 (1a. parte), São Paulo 1978, pp. 61-68. Bibliografia.
A autora propõe um modelo alternativo de interpretação da organização social dos Bororo de Mato Grosso, mostrando que a seleção dos termos de parentesco desses índios "não segue a lógica dos modelos de parentesco fundamentados na idéia de uni- ou bilinearidade", sendo "sempre mediada por uma hierarquia de títulos e de nomes pessoais outorgados para a vida e para a morte dos seus representantes. Como a vida e a morte são sempre mediados por um nexo cerimonial, este é o ponto de partida indispensável para se entenderem as relações de parentesco dos indivíduos da aldeia" (p. 68).
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