Bibliografia Crítica da Etnologia Brasileira, Volume III (Hartmann 1984)

A transcrição dos 1766 verbetes do terceiro volume da Bibliografia Crítica da Etnologia Brasileira foi concluída em outubro de 2018. O volume inclui, ainda, 68 acréscimos referentes ao vol. I e 48 acréscimos referentes ao vol. II.


BARBOSA, Altair Sales; SCHMITZ, Pedro Ignacio; MIRANDA, Avelino Fernandes de

  • Um sítio paleoíndio no médio-norte de Goiás. Novas contribuições ao estudo do paleoíndio em Goiás. Anuário de Divulgação Científica, ns. 3 e 4, Goiânia 1976/77, pp. 21-43, 3 figuras, 1 tabela e 4 pranchas. Bibliografia.

Rápida notícia sobre "uma pequena sondagem, uma coleta superficial sistemática e dois cortes estratigráficos" (p. 26) num abrigo-sob-rocha.


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BARBOSA, Altair Sales; SCHMITZ, Pedro Ignacio; MIRANDA, Avelino Fernandes de

  • Projeto Centro-Sul de Goiás. Fase complementar. Comunicação prévia. Anuário de Divulgação Científica, ns. 3 e 4, Goiânia 1976/77, pp. 45-56, 2 mapas fora do texto. Bibliografia.

Observações gerais sobre a localização de sítios cerâmicos de superfície na área.


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BARBOSA, Altair Sales; SCHMITZ, Pedro Ignacio; STOBÄUS, Angélica; MIRANDA, Avelino Fernandes de

  • Projeto Médio-Tocantins: Monte do Carmo,GO. Fase cerâmica Pindorama. Pesquisas, Antropologia n. 34, São Leopoldo 1982, pp. 49-92, 1 mapa, quadros, gráficos e figuras. Bibliografia.

Desde meados de 1978, "foram estudados, na área, quatro sítios, sendo um abrigo-sob-rocha lito-cerâmico, no qual se efetuaram cinco cortes estratigráficos, e três sítios abertos, cerâmicos, em cada um dos quais se realizou uma amostra sistemática de superfície para fins de tratamento quantitativo" (p. 49). Particularmente interessante, também para o etnólogo, é a notícia sobre os enterramentos: "O fato de encontrarmos 10 sepultamentos, ou mais em apenas 20 m2 de escavação, e por outro lado, de as camadas arqueológicas não serem muito espessas, parece indicar que o abrigo deve ter sido utilizado como sítio de sepultamento para uma população que não viveria no abrigo a não ser esporadicamente. Mais fortemente nos fazem pensar nesta hipótese os sepultamentos secundários. Provavelmente os seus assentamentos principais estão a céu aberto, sendo semelhantes ao que encontramos na frente do abrigo, mas também aos de horticultores mais recentes como os dos outros dois sítios" (pp. 78-84).


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BARBOSA, Antonio Lemos

  • Pequeno vocabulário português-tupi. Rio de Janeiro, Livraria São José, 1970. 208 páginas.

Contém um estudo sobre a nomenclatura de parentesco.


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BARKER, James

  • Una gramatica tecnica de lengua Shamatari. Boletín Indigenista Venezolano, tomo XVIII, n. 15, Caracas 1979, pp. 194-226.

Lingua yanomami também representada no Brasil, ela foi sistematizada a partir do dialeto falado na aldeia de Bisaasi-teri das margens do Orinoco, próximo à foz do rio Mavaca.


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BARRETO, Felicitas

  • Requiem para os índios. São Paulo, Editora Ground/Global, 1979. 152 páginas, ilustrado.

Há capítulos relativos aos Tiriyó e aos Wayana-Apalaí neste livro de impressões superficiais sobre visitas efetuadas a aldeias de índios.


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BARTOLOMÉ, Miguel Alberto

  • La situación de los Guaraníes (Mbya) de Misiones (Argentina). Suplemento Antropológico de la Revista del Ateneo Paraguayo, vol. 4, n. 2, Asuncion 1969, pp. 161-184, 1 mapa e 5 figuras. Bibliografia.

Sólido "survey" acompanhado de dados históricos sobre a presença guarani nessa província argentina. Particularmente interessantes são as observações sobre os conflitos entre os diversos grupos guaranis e suas causas, bem como as diferenças verificadas entre eles em função do tipo de contato que mantêm com a população regional. Em relação à situação econômica, afirma o autor não ser ela "muy distinta de la de los grupos estudiados por Schaden en el litoral atlántico del Brasil" (p. 174).


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BARUZZI, R. G.; MARCOPITO, L. F.; SERRA, M. L. C.; SOUZA, F. A. A. e STABILE, C.

  • The Kren-Akororo; a recently contacted indigenous tribe. Ciba Foundation Symposium 49 (new series), Health and disease in tribal societies. Elsevier/Excerpta Medica, 1977, pp. 179-211, 13 quadros, 7 figuras. Bibliografia.

Depois de historiar os primeiros contatos havidos com esse grupo indígena do rio Peixoto de Azevedo, Mato Grosso, sua transferência para o Parque Nacional do Xingu e as diversas mudanças dentro da área, os autores apresentam e discutem os resultados dos exames médicos a que os índios foram submetidos de janeiro de 1975 a julho de 1976.


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BASSO, Ellen B.

  • Xingu Carib kinship terminology and marriage: another view. Southwestern Journal of Anthropology, volume 26, n. 4, Albuquerque 1970, pp. 402-416. Bibliografia.

Baseado em materiais Kalapalo, este artigo é uma crítica ao trabalho de Gertrude Dole sobre os Kuikuru (BCEB 3336). Independentemente da contribuição etnográfica de cada um, os dois constituem exemplos de posturas diferentes frente à conceituação de parentesco: sistema de classificação vs. sistema de relações sociais. Excelente material didático.


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BASSO, Ellen B.

Trabalho baseado em dados obtidos em campo durante 18 meses no período de 1966 a 1968. Publicado dentro da série didática dirigida por George e Louise Spindler, constitui uma excelente ilustração de monografia tribal para principiantes em etnologia. Referência especial merece o tratamento dado pela autora aos problemas de parentesco e afinidade.
Cfr. resenha de K. S. Brecher em Man, vol. 10. n. 4, 1975, pp. 640-641.


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BASSO, Ellen B.

  • The Kalapalo dietary system. Atti 40. Congresso Internazionale degli Americanisti (Roma-Genova, 3-10 settembre 1972), Genova 1974, vol. 2, pp. 629-637, 2 figuras. Bibliografia.

"O objetivo deste artigo … é esclarecer a prática específica de rejeição de certas espécies animais, colocando-a dentro do contexto adequado do sistema dietético total como é compreendido pelos Kalapalo, um grupo karib de membros da sociedade do Alto Xingu. Além de descrever os traços significativos da dieta kalapalo, quero explicar a lógica deste sistema em termos de uma classificação de 'seres vivos' e discutir as implicações do sistema como um meio para a compreensão mais profunda da cosmologia kalapalo" (p. 629, tradução minha).


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BASSO, Ellen B.

  • Kalapalo affinity: its cultural and social contexts. American Ethnologist, vol. 2, n. 2, Washington 1975, pp. 207-228, 2 quadros, 2 figuras. Bibliografia.

O artigo ilustra as possibilidades do estudo das relações afins para a compreensão do contexto da ação social, sendo uma contribuição oportuna na medida em que as categorias de parentesco tem sido consideradas da maior importância para elucidar problemas de classificação e significado.


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BASSO, Ellen B. (ed.)

Coletânea de 10 trabalhos sobre lingüística e etnografia karib. Na Introdução (pp. 9-22), Basso preocupa-se com o estado atual dos estudos karib, fornecendo dados sobre a locaização e população estimada dessas tribos na América do Sul. Às páginas 98-105 figura um artigo seu — The Kalapalo dietary system — em que a autora procura estabelecer as interrelações de categorias alimentares com a cosmologia (BCEB 2985).
Comentário de Robert L. Carneiro em American Anthropologist volume 81, n. 3, Washington 1979, pp. 666-667.


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BASTOS, Rafael José de Menezes

A partir da página 52, o autor trata das músicas indígenas. De cada uma das áreas culturais estabelecidas por Galvão ele selecionou uma tribo — em geral a de que se dispõe de músicas registradas — transcreveu e analisou um exemplo musical, referindo-se ainda aos instrumentos utilizados, de acordo com a literatura etnográfica. Os exemplos musicais provêm dos Taulipang, Nambikwara, Mura-Pirahã, Kamayurá, Gorotire, Urubu-Kaapor, Kaduveu, Kaiwá, Kaingang e Kariri.


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BASTOS, Rafael José de Menezes

As observações contidas nesse artigo são de grande interesse para os estudos etnomusicológicos.


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BASTOS, Rafael José de Menezes

Dissertação de mestrado que "tem por objeto o meta sistema de cobertura verbal do sistema musical dos índios Kamayurá do Alto Xingu, meta-sistema este que inclui, basicamente, classificação e nomenclatura das coisas musicais" (p. 15). A redação confusa e hermética prejudica enormemente a leitura deste trabalho. Sua contribuição maior ainda é a descrição dos diferentes instrumentos musicais daquela tribo xinguana, acompanhada de desenhos muito nítidos que indicam sua construção e a nomenclatura das partes componentes. Muito úteis as fotos relativas à posição de uso dos instrumentos.


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BASTOS, Uacury Ribeiro de Assis

  • Expansão territorial do Brasil Colônia no vale do Paraguai (1767-1801). Boletim n. 4, Departamento de História, n. 3, Curso de História da América Colonial n. 1, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, 1978. 194 páginas, 7 mapas. Bibliografia.

A presença indígena permeia toda esta história da ocupação do vale do Paraguai pelo branco.


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BAUER, Wilhelm P.

  • Zwei Topfcurare aus dem westlichen Amazonasbecken im Übersee-Museum Bremen. Veröffentlichungen aus dem Übersee-Museum in Bremen, Reihe B, Band 2, Heft 2, Bremen 1969, pp. 143-158, 1 mapa, 2 tabelas, 8 figuras, resumos em alemão e inglês. Bibliografia.

O Museu de Bremen, na Alemanha, possui duas panelinhas de argila contendo curare: uma foi doada à instituição em 1889, provindo do rio Japurá, enquanto a outra foi recolhida na área do Ucayale entre 1926 e 1936. Neste artigo o autor apresenta os resultados dos testes de eficácia da toxicidade e composição química do veneno.


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BAUER, Wilhelm P.

  • Über die Zusammensetzung einiger neuer Proben von Topf- und Tubocurare. Tribus 20, Stuttgart 1971, pp. 125-136, 1 mapa, 4 figuras, 4 gráficos, 2 tabelas, sumário em inglês. Bibliografia.

Análise química e toxicológica de amostras de curare sul-americano guardadas no Linden-Museum de Stuttgart e no Museu Britânico, obtidas entre 1873 e 1959 entre os Tukuna, Uitoto, Piro, Cocama e tribos não identificadas da região do Uaupés-Caquetá e da Montaña Peruana.


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BAUER, W.

  • Ein Curare der Expedition Castelnau (1843-1847). Archiv für Völkerkunde 25, Wien 1971, pp. 1-14, 2 figuras, 2 tabelas, sumário em inglês. Bibliografia.

Na coleção didática do Instituto de Farmacologia da Universidade de Viena, Austria, encontra-se um pequeno recipiente de cerâmica contendo curare. Foi recolhido por Francis de Castelnau entre os Tukuna por ocasião de sua expedição à América do Sul (1843-1847). Depois de um rápido histórico das análises químicas e farmacológicas realizadas com amostras de curare recolhidas entre índios sul-americanos, o autor analisa o exemplar da expedição Castelnau em termos químicos e botânicos, examinando ainda a sua distribuição regional e tribal.


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