A transcrição dos 1766 verbetes do terceiro volume da Bibliografia Crítica da Etnologia Brasileira foi concluída em outubro de 2018. O volume inclui, ainda, 68 acréscimos referentes ao vol. I e 48 acréscimos referentes ao vol. II.
ARNAUD, Expedito e ALVES, Ana Rita
- A extinção dos índios Kararaô (Kayapó) - Baixo Xingu, Pará. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, N.S., Antropologia, n. 53, Belém 1974, 19 páginas, 1 mapa, sumários em português e inglês. Bibliografia.
Baseado em materiais colhidos em arquivos e relatórios do antigo Serviço de Proteção aos Índios, assim como em entrevistas com sertanistas e outros funcionários que trabalharam entre os Kararaô, o artigo "apresenta uma caracterização da área regional; as cisões ocorridas no seio do grupo; a pacificação; aspectos culturais; a ação desenvolvida pelo Posto do S.P.I. junto aos mesmos, desde 1965 até a sua extinção em 1970" (p. 1).
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ARNAUD, Expedito e ALVES, Ana Rita
- A terminologia de parentesco entre os índios Galibi e outros grupos Karib. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, N.S., Antropologia, n. 60, Belém 1975, 18 páginas, tabelas, resumos em português e inglês. Bibliografia.
São comparadas aqui as terminologias dos Galibi do Oiapoque e do Suriname com as dos Karib do rio Barama registradas por Gillin, as dos Tiriyó, Makuxi e Kuikuru.
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ARNAUD, Expedito
- Os índios Gaviões de Oeste. Pacificação e integração. Belém, Museu Paraense Emílio Goeldi, 1975. Publicações Avulsas n. 28, 86 páginas, 1 mapa e 4 estampas, sumário em inglês. Bibliografia.
"O presente ensaio pretende abordar em linhas gerais, a interação havida entre os Gaviões e a sociedade nacional - frente de expansão, núcleos regionais, administrações oficiais e missionárias" (p. 9). Depois de fornecer um quadro da ocupação do médio Tocantins pelos brancos e caracterizar o gênero de vida dos Gaviões, Arnaud aplica-se a historiar os conflitos havidos e os destinos dos três grupos locais após a pacificação. Algumas histórias de vida enriquecem a contribuição.
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ARNAUD, Expedito
- A legislação indígena no período imperial. Informativo Funai, ano IV, n. 14, Brasília 1975, pp. 62-66.
São citados, sem maiores comentários, decretos e leis relativos ao tratamento a ser dispensado a grupos indígenas desde 1824 até 1887, juntamente com resumos dos projetos de José Bonifácio e Ladislau Monteiro Baena.
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ARNAUD, Expedito; CORTEZ, Roberto; ALVES, Ana Rita
- A terminologia de parentesco dos índios Gaviões de Oeste (Parkateyê) - Tocantins, Pará. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, N.S., Antropologia, n. 63, Belém 1976, 15 páginas, 4 diagramas, 1 quadro. Bibliografia.
Fruto de observações realizadas entre esses Timbira dos grupos locais de Cocal, Igarapé dos Frades ou Ladeira Vermelha e Montanha no município de Tucuruí, Estado do Pará, o trabalho inclui comparações com as terminologias Crow e Omaha.
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ARNAUD, Expedito
- O protestantismo entre os índios Palikúr do rio Urucauá (Oiapoque, Brasil). Notícia preliminar. Revista de Antropologia, volume 23, São Paulo 1980, pp. 99-102. Bibliografia.
Texto de uma comunicação à XII Reunião da Associação Brasileira de Antropologia e por isso mesmo muito curto para abordar com justiça o problema de alto interesse que levanta: num período de 10 anos, o processo de adoção do pentecostalismo, seu abandono subseqüente e a volta a padrões tradicionais de comportamento.
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ARNAUD, Expedito
- Os índios Mirânia e a expansão luso-brasileira (médio Solimões-Japurá, Amazonas). Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, N.S., Antropologia, n. 81, Belém 1981, 48 páginas, 4 estampas, 1 mapa, resumos em português e inglês. Bibliografia.
Depois de uma revisão das informações sobre os Mirânia registradas pela bibliografia mais antiga, o autor descreve o gênero de vida dos remanescentes da tribo localizados em dois povoados das proximidades de Tefé e Alvarães; alonga-se em seguida sobre a história da ocupação da área, particularmente no período compreendido pelo final do século passado até a data de sua visita em 1974.
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ARNAUD, Expedito
- O direito indígena e a ocupação territorial: o caso dos índios Tembé do Alto Guamá (Pará). Revista do Museu Paulista, N.S., vol. XXVIII, São Paulo 1981/1982, pp. 221-233, resumo em inglês.
Rápida revisão histórica dos contatos interétnicos dessa tribo tupi, seguida de um levantamento cronológico das invasões verificadas em seu território a partir de 1970.
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ARQUEOLOGIA BRASILEIRA EM 1968.
- Um relatório preliminar sobre o Programa Nacional de Pesquisas Arqueológicas. Belém, Museu Paraense Emílio Goeldi. Publicações Avulsas n. 12, 1969, 33 páginas, 9 figuras, 6 estampas, sumário em inglês. Bibliografia. - Brazilian Archeology in 1968: an interim report on the National Program of Archeological Research. American Antiquity, vol. 35, n. 1, Washington 1970, pp. 1-23, 13 figuras. Bibliografia.
Fruto das discussões de pesquisadores que participaram do PRONAPA (Brochado, Calderón, Chmyz, Dias Jr., Evans, Maranca, Meggers, Miller, Nasser, Perota, Piazza, Rauth e Simões) e que se reuniram para um balanço das atividades num seminário em Belém, esse trabalho fornece uma excelente imagem do que foi realizado durante os três primeiros anos de funcionamento do Programa, assim como uma primeira visão global dos problemas da arqueologia brasileira.
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ARTE PLUMÁRIA DO BRASIL.
- Catálogo. Museu de Arte Moderna de São Paulo 1980. 44 páginas, ilustrado. Textos em português e inglês. Bibliografia. - O mesmo catálogo, agora com ilustrações a cores, saiu em Brasília pela Fundação Nacional Pró-Memória, com 76 páginas.
Os textos do catalogo referem-se à arte plumária de diversas tribos (Bororo, Karajá, Kayapó, Tukano, Urubu-Kaapor). São de autoria, respectivamente, de Sonia Ferraro Dorta, Maria Heloisa Fénelon Costa, Lux B. Vidal, Lucia Hussak van Velthem e Berta Ribeiro. A introdução, de Ferraro Dorta e van Velthem, aborda as características gerais, técnicas e estéticas, da plumária indígena brasileira.
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ASPELIN, Paul Leslie
- External articulation and domestic production: the artifact trade of the Mamaindê Indians of Northwestern Mato Grosso, Brazil. Latin American Studies Program, Dissertation Series, n. 58, Cornell University 1975, 384 páginas, 12 figuras fora do texto, 31 tabelas, 2 mapas, 2 apêndices. Bibliografia.
Tese de doutoramento, fruto de pesquisa em antropologia econômica entre os Mamaindê, grupo caçador, coletor e horticultor da família lingüística Nambikwara, entre os quais o autor esteve por um período de mais de 30 meses, entre 1968 e 1971. O trabalho documenta minuciosamente a distribuição do tempo gasto diariamente pelos índios nas diversas atividades de produção de alimentos e de artefatos. A produção de artefatos tradicionais (arcos, flechas, colares, etc.) para comércio com o branco — através da FUNAI — merece atenção especial: entre os mecanismos de articulação com a economia nacional acessíveis aos Mamaindê, eles teriam selecionado
esta alternativa para obter, com um mínimo de prejuízo para a organização tribal, certos itens estranhos a sua cultura, mas necessárias ao seu atual processo de produção, em especial ferramentas de aço. No capítulo final são discutidas as opções diferentes de outras tribos — Munduruku, Tukuna, Baniwa, Gaviões Ocidentais, Tiriyó, Karajá, Maué, Tapirapé, Kuikuru, Krahó, Xokleng e Kaingang — e os resultados comparados com a escolha Mamaindê.
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ASPELIN, Paul L.
- Nambiquara economic dualism: Lévi-Strauss in the garden, once again. Bijdragen tot Taal-, Land-, en Volkenkunde, vol. 132, n. 1, S'Gravenhage 1976, pp. 1-31, 4 figuras. Com comentário de Claude Lévi-Strauss às páginas 31-32 da revista. Bibliografia.
Baseado nos resultados da pesquisa de campo realizada entre os Mamaindê (Nambikwara) entre 1968 e 1971, o autor refuta as informações prestadas por Lévi-Strauss (BCEB 859 e 2338) e Oberg (BCEB 2465) de que os grupos Nambikwara são nômades sazonais e de que dependem muito mais da caça e da coleta do que dos produtos agrícolas para a sua subsistência. O comentário de Lévi-Strauss limita-se a possíveis explicações para as divergências quanto aos dados. E observa: "what has been observed at a given date does not necessarily invalidate previous reports by two independent observers — Oberg and myself — on conditions prevailing respectively twenty and thirty years earlier…" (pp. 31-32).
"Real toads in imaginary gardens: Aspelin vs. Lévy-Strauss on Nambiquara nomadisrn" é o titulo — divertido ou impertinente, como se queira — do artigo com que P. David Price resolveu meter-se na briga. Foi publicado na mesma revista, vol. 134, n. 1, de 1978, às paginas 149-161, e ali mesmo seguem-se os comentários respectivamente de Lévi-Strauss (pp. 156-158) e Aspelin (pp. 158-161). A discussao pública do problema é estimulante, lamentando-se, porém, que ela seja conduzida em tom acrimonioso, decaindo muitas vezes para o terreno pessoal.
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ASPELIN, Paul L.
- The anthropological analysis of tourism. Indirect tourism and political economy in the case of the Mamainde of Mato Grosso, Brazil. Annals of Tourism Research, vol. IV, n. 3, Menomonie, Wisc. 1977, pp. 135-60, 2 figuras, resumo em inglês e francês. Bibliografia. - Versão um pouco diferente do mesmo artigo apareceu em Valene L. Smith (ed.), Tourism and culture change. Williamsburg, College of William and Mary Press, 1978.
O artigo inicialmente discute os modelos de contato cultural elaborados por Roberto Cardoso de Oliveira e Darcy Ribeiro, ampliando-os a fim de abranger uma "frente turística", definida em suas modalidades direta (interação índio/turista) e indireta (produção de artefatos/obtenção de bens manufaturados de origem ocidental). Segue-se uma concisa descrição etnográfica dos Mamaindê (Nambikwara) com vistas ao exame do significado do turismo indireto para a preservação ou destruição dos valores culturais daqueles índios. E, à luz deste caso específico, o autor discute finalmente, em termos mais gerais, as potencialidades dessa forma de contato interétnico.
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ASPELIN, Paul L.
- Comments on adequate ethnography. Bijdragen tot de Taal-, Land- en Volkenkunde vol. 134, S'Gravenhage 1978, pp. 158-161.
Trata-se da resposta de Aspelin aos comentários de Lévi-Strauss e David Price ao seu artigo Nambicuara economic dualism (BCEB 2906) e gira em torno da especificação da identidade dos subgrupos Nambikwara com que os três pesquisadores trabalharam.
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ASPELIN, Paul L.
- The ethnography of Nambicuara agriculture. Bijdragen tot de Taal-, Land- en Volkenkunde vol. 135, S'Gravenhage 1979, pp. 18-58, 1 mapa. Bibliografia.
Continuação da polêmica em torno da validade dos dados etnográficos de Lévi-Strauss relativos à importância dos produtos agrícolas na dieta dos Nambikwara. Meticulosamente, Aspelin reune e analisa em ordem cronológica todos os registros da bibliografia que fazem menção à agricultura desses índios desde 1908 até 1973. Trata-se de um excelente exemplo didático da crítica conscienciosa de fontes primárias. Estranha-se, porém, que ela não seja praticada tacitamente como parte essencial da rotina do trabalho etnográfico, impondo-se apenas quando há discordância entre pesquisadores que investigaram a mesma tribo.
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ASPELIN, Paul L.
- Food distribution and social bonding among the Mamainde of Mato Grosso, Brazil. Journal of Anthropological Research, vol. 35, n. 3, Albuquerque 1979, pp. 309-327, 6 figuras, resumo. Bibliografia.
Segundo o resumo, em tradução minha, "Uma análise quantitativa da distribuição de gêneros alimentícios básicos entre os Mamaindê/ Nambikwara do noroeste de Mato Grosso, Brasil, indica que seu comportamento nessas atividades aproxima-se bastante da filosofia que manifestam a respeito" (p. 309).
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ASPELIN, Paul L. and SANTOS, Silvio Coelho dos
- Indian areas threatened by hydroelectric projects in Brazil. IWGIA Document 44, Copenhagen 1981, 201 páginas, 2 mapas, 15 figuras, resumo. Bibliografia.
Levantamento muito bem documentado da ameaça que os projetos hidrelétricos brasileiros representam para índios e populações rurais. Oito projetos são examinados em seu alcance e, dentro de cada um deles, a situação dos grupos tribais que afetam, assim como as conseqüências concretas, atuais e previsíveis, de sua implantação.
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AVERY, Thomas L.
- Mamaindé vocal music. Ethnomusicology, vol. XXI, n. 3, Ann Arbor 1977, pp. 359-377, 11 figuras. Bibliografia.
"A primeira parte focaliza os aspectos culturais da música vocal, mostrando seu lugar dentro do contexto da cultura musical Mamaindê em geral e as subdivisões de funções da música vocal Mamaindê tal como são reconhecidas pelos próprios índios. A segunda parte do artigo é devotada a uma análise musical que revela os elementos estruturais da música vocal Mamaindê e mostra como esses elementos se correlacionam com as subdivisões funcionais da música vocal Mamaindê" (p. 359, tradução minha).
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AYROSA, Plinio
- Estudos tupinológicos. São Paulo, Instituto de Estudos Brasileiros, 1967. 109 páginas. Bibliografia.
Coletânea dos seguintes artigos: "Termos tupis no português do Brasil" (BCEB 98) em que são estudados apenas 5 termos (caboclo, capoeira, coivara, mameluco e muchirão) dos 33 do trabalho inicial; "Subsídios para o estudo da influência do Tupi na fonologia portuguesa", originalmente publicados nos Anais do Primeiro Congresso da Lígua [sic] Nacional realizado em São Paulo em 1938; e, sob o título "Tupi-Guaranis e Guaianás", uma série de artigos publicados em 1938 e 1939 no jornal O Estado de S. Paulo.
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AYTAI, Desidério
- Os cantores da floresta: notas etnográficas sobre os índios Mamaindê. Revista da Universidade Católica de Campinas, n. 25/26, Campinas 1964, pp. 24-34, 8 figuras no texto, sumários em inglês, alemão e francês.
Datadas de 1963, quando de uma pesquisa de campo, as notas abordam a cultura material de uma aldeia mamaindê, em termos de suas características físicas, construção das casas, conteúdo das mesmas e objetos de uso comum. Interessante é comparar tais dados com os de Aspelin (BCEB 2906).
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