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"massa", como "temporada" ("tempo das águas", etc.), "dia", "panorama", etc. O "tempo-espaço" não é, porém, segmentado em anos, horas, metros, etc.

1204. A noção de "ano" não é nativa.

Os missionários aproveitaram-se de conceitos conexos, como a volta do "inverno" ou "frio" roy (tupi meridional e guarani), a colheita do "caju" akaîu (tupi setentrional), o aparecimento das "Plêiades", Seixu (tupi meridional e setentrional). É daro, porém, que os índios não tinham noção do ano solar. Conheciam os fenômenos periódicos do ano, como as estações, as quadras de plantio e colheita, mas não seccionavam o tempo à base delas.

HANS STADEN 102, 157 refere-se duas vêzes a pirá-kaẽ "peixe-sêco", i. é, à época da seca do peixe, quando o parati, saindo do mar, sobe os rios para a desova, o que acontece no fim do inverno. O acontecimento é esperado com preparativos vários e marca o tempo de expedições de pesca e guerra.

OBS. Vê-se que, para os tupis, o tempo está concretizado em acontecimentos, à diferença dos nossos hábitos de regular os acontecimentos e agenda por uma prévia divisão do tempo.

O Dicionário Brasiliano e Português 158 informa:

"Acajú-royg — o ano. Como esta árvore só dá uma vez fruto ao ano, contra o costume das outras que dão sempre ou repetem, moveu os índios a contarem a sua idade pelos caroços que todos os anos se colhem e guardam, com muito cuidado, em um pequeno cesto feito para êste fim, onde cada ano lançam uma castanha. Também contam o ano pela constelação das Plêiades. Veia-se a palavra Ceixu. Como talvez os de agora não contem a sua idade com os caroços, bem será que se fale em pretérito."

Mas a informação, já de si duvidosa, reflete influência européia, visível no cuidado de "contar os anos de vida".

1205. A idéia de "mês" tinha um sucedâneo muito proximo em îasy "lua".

A peridiocidade rigorosa das fases lunares não podia passar despercebida. Entretanto, nenhum, nome corresponde à nossa "semana", seja como parte do mês, seja como conjunto de sete dias.

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