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PREFÁCIO

Êste CURSO DE TUPI ANTIGO pretende facilitar o conhecimento do idioma falado pelo grupo mais importante de índios do Brasil. Língua vulgar prevalente nos primeiros tempos da Colônia, falada na catequese e nas bandeiras, instrumento das conquistas espirituais e territoriais da nossa história, o seu conhecimento, sequer superficial, faz parte da cultura nacional. Adotada como língua "geral" ou "comum" por índios de outros grupos étnicos e lingüísticos, pelos próprios portuguêses e, ao que parece, até por muitos negros, tornou-se laço de união entre os vários povos que formaram o Brasil, e destarte contribuiu para fortalecer, na América Portuguêsa, aquela unidade política que faltou à América Espanhola. De sua antiga preponderância são vestígios os nomes geográficos que semeiam o território nacional e os milhares de palavras incorporadas ao léxico brasileiro.

Fazia-se notada a falta de um compêndio moderno desta língua. Os até aqui publicados ou foram escritos ao tempo em que o tupi era ainda vivo, e não são, portanto, apropriados para as atuais circunstâncias (ANCHIETA, FIGUEIRA), ou se referem mais de perto ao dialeto guarani, seja o antigo (MONTOYA, RESTIVO, BATISTA CAETANO), seja o moderno (MONREALE, BOTTIGNOLI, GUASCH, etc.), ou ao nheengatu (COUTO DE MAGALHÃES, SYMPSON, PARISSIER, STRADELLI, TASTEVIN, etc.), ou, enfim, são demasiado superficiais, quando não mal informados.

Esta obra, denominamo-la CURSO: um misto de gramática, vocabulários, exercícios e textos, desenvolvidos não pela clássica ordem gramatical, mas em pequenos ciclos, com a preocupação de possibilitar ao estudioso o assenhoreamento prático da língua, pela imediata formação de frases, gradativamente mais complexas. Lições a princípio mais simples, relegadas para o fim do volume as maiores dificuldades. Nos exemplos gramaticais, houve o cuidado de evitar grande variedade de vocábulos, para não distrair a atenção do fito principal: a aprendizagem do mecanismo da língua. Essa pobreza e monotonia

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