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Livro sobre floresta amazônica ganha versão em guarani e caingangue
(Folha de Londrina, 30/dez/2020)
Projeto Aldevan Baniwa na lista dos finalistas para o Prêmio Jabuti!
(22/out/2020)
- por Noemia Kazue Ishikawa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia)
“Parentes, escrever livros é bom, porque eterniza nossas histórias!”
(Aldevan Baniwa)
O Projeto Aldevan Baniwa busca realizar conexões entre saberes tradicionais e saberes da academia científica, fortalecer as línguas indígenas e valorizar a biodiversidade da Amazônia por meio de publicações e distribuições de livros infantis e técnico-científicos em diversas línguas indígenas e não indígenas.
Este projeto nasceu de conversas entre amigos na cidade de Manaus, que formaram um grupo multidisciplinar, multicultural e multilíngue. Para o grupo que, dentro de casa, estabelecia diálogos entre os saberes tradicionais e os saberes acadêmico-científicos, foi natural levar para o campo, para os rios, para as florestas ações para fortalecer as línguas locais e valorizar a biodiversidade da Amazônia por meio de publicações e distribuição de livros infantis em diversas línguas indígenas e não indígenas.
Iniciamos o projeto ao escrever uma história ocorrida na Amazônia com parte do grupo. O livro Brilhos na Floresta conta a história de quando Aldevan Baniwa leva dois amigos cientistas para verem, na escuridão da floresta amazônica, fungos bioluminescentes. A aventura é acompanhada de narrativas da vida cotidiana em um sítio no interior da Amazônia.
Aldevan, além de protagonizar a história, colocou o texto na língua indígena que dominava, o Nheengatu. Assim a primeira edição do livro foi publicada nas línguas portuguesa, japonesa, inglesa e Nheengatu. Em seguida foi traduzido para as línguas Tukano, Baniwa, Huarpe (língua indígena de um povo da Argentina), espanhola e francesa. O objetivo é permitir que, além de crianças de diversas etnias indígenas do Brasil, crianças de outros países também possam lê-lo. Para informar-se sobre novas publicações e projetos em andamento, clique aqui.
O auge do projeto foi a distribuição dos livros nas calhas dos rios Negro e Tiquié, no Município de São Gabriel da Cachoeira, AM. Assim como em escolas brasileiras no Japão. Tudo seguia bem, a rede de tradutores e revisores crescendo, convites para novos lançamentos, possibilidade de reimpressão no Japão, planos para distribuição do livro em andamento, planos de escrever novos livros. Mas infelizmente a pandemia do COVID-19 chegou à cidade de Manaus, atingiu pelo menos sete pessoas da equipe e no dia 18 de abril, enquanto escrevíamos este projeto, a doença levou nosso amigo Aldevan Baniwa.
Ainda em meio a um profundo luto, decidimos seguir com os sonhos de Aldevan, contando agora com a sua presença espiritual. E por consenso do grupo, resolvemos homenageá-lo colocando o seu nome no projeto.
A frase mais dita por Aldevan Baniwa nos lançamentos era:
“Parentes, escrever livros é bom, porque eterniza nossas histórias!”