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STUDART FILHO, Carlos [1896-]

A primeira parte dêste livro, intitulada "Generalidades" (pp. 21-91), trata de procedência, aspecto físico, classificação lingüística e traços culturais dos índios que habitavam o território do atual Estado do Ceará. Na segunda parte, "Notícias Históricas" (pp. 93-159), é ampliado e aprofundado o estudo sôbre o assunto do artigo publicado pelo autor em 1931 (B. C. 1623), sendo tomadas em consideração publicações saídas depois dêste ano, de autores como Estêvão Pinto, Pompeu Sobrinho e outros. Nesta parte há uma "advertência… especialmente dirigida a Herbert Baldus" (nota 114) em que o autor classifica como "áspero" o meu comentário àquele artigo, isto é, o fato de eu falar em relatar "acontecimentos que, na maior parte, interessam mais ao colecionador de datas históricas do Nordeste do que ao etnólogo." Se definimos etnologia como "a ciência que tem por objeto o estudo da cultura material e espiritual dos chamados povos naturais", como a defini no Pequeno Dicionário Brasileiro da Língua Portuguêsa (B. C. 144), encontramos nas "Notas Historicas sobre os indígenas cearenses" menos material para essa disciplina do que para a historiografia. Aliás, José Aurélio Saraiva Câmara, o prefaciador do presente livro, se manifesta em sentido semelhante quando escreve a respeito do autor daquelas "Notas Historicas": "Dando predominância, no tratamento do problema, como se vê do próprio título, ao aspecto histórico, naquele estudo trata da distribuição das tribos indígenas no território cearense, das guerras que a elas moveu o conquistador e das que desenvolveram entre si, das alianças, das reduções, do trabalho heróico da catequese."
A terceira parte (pp. 161-182), intitulada "Os Baiacus", contém a história, desde o século XVII até o século XX, dessa "tribo que maior destaque alcançou, no cenário do Ceará colonial, por sua resistência à dominação lusitana", sendo que os "Baiacus" ou "Paiacus" são hoje chamados "Pacajus" (p. 163).
Em resumo: O valor principal do presente livro consiste na compilação de dados sôbre as relações entre as tribos extintas do território do Ceará e os brancos, dados êsses indispensáveis para o estudo do índio do Brasil Colonial.

(p. 687-688)

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