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RIBEIRO, Darcy
  • Culturas e línguas indígenas do Brasil. Educação e Ciências Sociais, II, N° 6, Rio de Janeiro 1957, pp. 1-102, 2 quadros e 6 tabelas no texto. Bibliografia. ― Versão inglesa de Janice H. Hopper em Indians of Brazil in the Twentieth Century, Washington 1967, pp. 77-165 (B. C. 2762).

A primeira parte do presente trabalho (pp. 5-48) confronta o começo do nosso século com a atualidade no que diz respeito à situação das diversas tribos do Brasil em relação ao branco. A segunda (pp. 49-65) define as tarefas etnológicas e lingüísticas que, à vista disso, se tornaram urgentes. A terceira (pp. 67-100) é um rol alfabético das tribos que existiam em 1900. O autor se baseia não sòmente na literatura e no mapa etno-histórico de Nimuendajú, mas, principalmente, nos documentos do arquivo do Serviço de Proteção aos Índios. Na comparação sistemática, representada por dois quadros, 230 casos estão divididos em categorias referentes ao grau de integração na sociedade neo-brasileira no qual cada um dos grupos indígenas se achava no início e fim do período em aprêço, isto é, em 1900 e 1957. Depois, são estudadas as diversas conseqüências dos contactos da população indígena com as três formas da nossa expansão econômica: agrícola, pastoril e extrativa. A seguir, agrupando os casos analisados de acôrdo com a classificação lingüística, o autor constata que "os grupos Tupi são mais susceptíveis aos fatôres dissociativos gerados no processo de integração, uma vez que perderam 50 % de seus representantes, proporção muito maior que a dos demais." (p. 31). A análise dos dados demográficos leva à conclusão de que "a população indígena brasileira, atual, cujo montante se encontra entre um mínimo de 68.100 e um máximo de 99.700, não alcança, mesmo na hipótese mais otimista, 0,2 % da população nacional." (p. 47). Na "relação dos grupos indígenas do Brasil" que constitui a terceira parte da presente publicação, os nomes das tribos são seguidos de sinônimos, de números referentes à população atual, da classificação lingüística, da localização geográfica e da categoria referente ao grau da integração. Digno de nota é o fato de êste rol conter bom número de designações tribais não mencionadas na Bibliografia Crítica da Etnologia Brasileira, embora o autor (p. 6) indique para informações bibliográficas sôbre as tribos por êle citadas êsse volume publicado em 1954. É verdade que se trata nestas omissões, na maior parte, de grupos extintos ou isolados.
Com a publicação da presente obra, manual para todos os que querem conhecer os problemas indigenistas do Brasil, meras conjecturas sôbre assuntos essenciais da Etnologia Brasileira foram substituídas por dados exatos e magistralmente coordenados.
Cf. os comentários de Herbert Baldus em Anhembi, n. 91, São Paulo 1958, pp. 143-146, em Sociologus, N. S., VIII, Berlin 1958, pp. 189-190, e na Revista do Museu Paulista, N. S., XI, São Paulo 1959, pp. 279-282, os de Roberto Cardoso de Oliveira em América Latina, ano 6, n. 3, Rio de Janeiro 1963, pp. 40-42, e em Os Tukuna e o Mundo dos Brancos, e os de Egon Schaden em Aculturação Indígena, São Paulo 1964, pp. 37-39.
Consideração especial merecem os suplementos à terceira parte publicados por Loukotka em 1964 (B. C. 2362).

(p. 575-577)

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