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OLIVEIRA, Roberto Cardoso de
  • O processo de assimilação dos Terêna. Rio de Janeiro 1960, 166 pp. in-8°, 1 prancha, 2 mapas e 2 gráficos no texto, 14 pranchas fora do texto, índice alfabético de matérias. Bibliografia. ― O cap. VIII (Os mecanismos da assimilação) saiu com ligeiras modificações sob o título "Bases para uma política indigenista" na Revista Brasileira de Estudos Políticos, X, Belo Horizonte 1961, pp. 130-159.

Êste trabalho de alto valor científico divide-se em oito capítulos, tratando os quatro primeiros do passado e os outros do presente daqueles índios do sul mato-grossense. O primeiro capítulo apresenta os Tereno ("Terêna") como subgrupo guaná, passando depois em revista a literatura a seu respeito e, especialmente, alguns dados demográficos. O segundo considera as relações simbióticas entre Guaná e Mbaiá-Guaikuru, corroborando, aliás, o que Lowie (Handbook of South American Indians, V, p. 349) opinou neste assunto. O terceiro estuda alguns aspectos da cultura tradicional tereno-guaná, isto é, a estrutura social, a vida cerimonial e a mitologia. O quarto historia as fases da penetração neo-brasileira no território dos Tereno. Êsses quatro capítulos foram escritos à base da literatura, enquanto que os restantes são fruto de oito meses de pesquisa de campo. O quinto e sexto resumem diferenças ecológicas e sócio-culturais existentes entre os doze grupos-locais visitados. Significativa em sentido mais amplo é a comparação do papel da religião na cultura tereno e na cultura guarani (p. 107). No sétimo capítulo, o autor analisa a aculturação e a mobilidade social no que importam para a assimilação a qual, por sua vez, é definida como "O 'processus' pelo qual um grupo étnico se incorpora a outro, perdendo sua (a) peculiaridade cultural e (b) sua identificação étnica anterior." (p. 111). No último capítulo são discernidos os fatôres que favorecem a assimilação e os que a dificultam ou impedem. O autor chega à conclusão de que "nada indica que em futuro próximo" venha a população Terêna a ser assimilada pela sociedade brasileira ou por seus segmentos sócio-culturais, "malgrado esteja integrada à estrutura econômica regional" (p. 153).
Cf. os comentários de Maria Sylvia Franco Moreira na Revista de Antropologia, IX, São Paulo 1961, pp. 143-146, e de Egon Schaden em Aculturação Indígena, São Paulo 1964, pp. 58-60 e 281.

(p. 523-524)

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