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FERNANDES, José Loureiro [1903-]
  • Os sepultamentos no sambaqui de Matinhos. Anais do XXXI Congresso Internacional de Americanistas (São Paulo 1954), II, São Paulo 1955, pp. 579-602, 6 figuras e 1 quadro no texto.

Estudando os sepultamentos neste casqueiro situado cêrca de quatro quilômetros ao norte da entrada da baía de Guaratuba no Estado do Paraná, o autor chega à seguinte conclusão: "O exame das ossadas humanas no sambaqui de Matinhos revela que os esqueletos, desde os colocados nos estratos superiores, até os encontrados em mais profundos do setor SW do mesmo sambaqui, não haviam sido abandonados no casqueiro, como num monturo, mas sim apresentavam posturas determinadas predominando francamente os casos de decúbito dorsal." (p. 595).
Referindo-se ao material lítico encontrado nesse sambaqui, observa: "…nêste figuravam, também, exemplares de grandes seixos, apresentando na sua parte central uma pequena depressão, verdadeiro godé, de muito pouca profundidade (Fig. 1). Em sambaquis do litoral paranaense, têm, também, sido encontradas pedras com essas pequenas depressões circulares; são as célebres pedras 'con hoyuelos' ou 'Rompecocos' que têm dado margem a discussões entre os estudiosos de material lítico sul-americano. As observações pessoais que fizemos sôbre êsse material e vinte e nove peças existentes nas coleções de pré-história do Museu de Copenhague (Fig. 2) nos fizeram crer que devemos abandonar a ida predominante de finalidade utilitária da referida depressão. Somos inclinados a crer que o assunto merece ser enfrentado sob o prisma dos famosos sinais cupuliformes, sôbre os quais tanto têm escrito os especialistas em material lítico." (p. 586).
A fim de refutar essa opinião escreveu José Anthero Pereira Junior "Algumas notas em tôrno de pedras com 'covinhas' encontradas em sambaquÍS" (Apontamentos arqueológicos, No 4, São Paulo 1960, 17 pp., 12 figuras no texto), chegando à conclusão de que "essas pedras com 'depressões' ou 'covinhas' devem ser consideradas como instrumentos diretos ou indiretos de trabalho. E, naturalmente, em dadas circunstâncias, podem estar correlacionadas aos sepultamentos (assim sempre entendemos), mas tão sòmente, desejamos frizar, como objetos que teriam pertencido ao morto." (p. 4).

(p. 280)

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