FERNANDES, Florestan
- Os Tupi e a reação tribal à Conquista. Mudanças sociais no Brasil, São Paulo 1960, capítulo XI, pp. 287-310. Bibliografia. ― Saiu também na História Geral da Civilização Brasileira, I, São Paulo 1960, pp. 72-86.
Baseado no profundo conhecimento dos Tupinambá revelado em suas publicações a respeito (B. C. 478-480), o autor analisa o funcionamento do sistema tribal de ações e de relações sociais, com referência à organização do grupo local e do parentesco. Passa, depois, a tratar da reação à Conquista, notando a falta de flexibilidade à qual, aliás, já aludi em meus Ensaios de Etnologia Brasileira (B. C. 133), p. 313. No tocante a isso escreve: "O sistema organizatório tribal logo passou a ressentir-se dos efeitos desintegradores, resultantes de sua incapacidade de reajustar-se às situações novas, impostas pelo contacto com o invasor branco." (p. 298). "Quando as situações complicaram, o sistema organizatório tribal não se diferenciou internamente, modificando-se com elas. Ao contrário, manteve-se relativamente rígido e impermeável às exigências impostas pelo crescente domínio dos brancos. Isso fêz com que tivessem de escolher entre dois caminhos: a submissão, com suas conseqüências aniquiladoras da unidade tribal, ou a fuga com o isolamento." (p. 305).
(p. 277-278)
[Ver tb.: http://www.etnolinguistica.org/bib:2139a.]