1663

<

>



TOCANTINS, Antonio Manoel Gonçalves -1905

Em 1875 o autor visitou êsses índios do Alto Tapajós. Seu trabalho contém dados sôbre mitologia, história, situação geográfica, modo de guerrear e finalidades da guerra, nomes das aldeias e número de habitantes, execuções de acusados de feitiço, casamento, vida de família, tatuagem, divisão de tempo, morte e entêrro, plantas cultivadas e frutos silvestres, língua, honras fúnebres feitas aos guerreiros que morrem em combate, festas em honra da caça, da pesca e da lavoura, comércio entre os regatões e os índios. O ilustre engenheiro apresenta copioso material, elucidando bem o padrão de comportamento tribal, e não deixa de considerar, depois de tratar das crueldades cometidas pelos Munduruku como caçadores de cabeças humanas e matadores de supostos feiticeiros, a capacidade dêsses mesmos índios de exprimir "os sentimentos mais puros e mais suaves do coração humano, como sejam saudades de mãe e de filho." (p.117).

No século passado não foi escrito, em língua portuguêsa, trabalho melhor sôbre uma tribo do Brasil do que a presente monografia, podendo seu autor figurar dignamente ao lado dos mais importantes pesquisadores que, naquele século, lhe precederam no estudo de índios brasileiros, isto é, ao lado de Ricardo Franco de Almeida Serra, do príncipe de Wied e de von Martius.

Cf. o comentário de Friedrich Katzer no Globus, LXXIX, Braunschweig 1901, p. 38.

(p. 724-725)

This site is part of the Etnolinguistica.Org network.
Except where otherwise noted, content on this site is licensed under a Creative Commons Attribution 3.0 License.