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NIMUENDAJÚ, Curt

Em 1929 o autor visitou os Tukuna que moram nos afluentes da margem esquerda do Solimões, entre Tabatinga e São Paulo de Olivença. Segundo diz, há ainda, pelo menos 3000 Tukuna no Brasil e no Peru. Apesar de serem já muito influenciados pela nossa civilização, conservam numerosos traços de sua antiga cultura. A tribo divide-se em vários bandos, não tendo organização política. É patrilinear e separada em dois grupos exógamos, consistindo cada um em diversos sub-grupos não localizados. Êsses sub-grupos ("keá") têm nomes de animais ou vegetais. Os membros de cada keá são caracterizados pelos seus nomes próprios e, nas festas, pela pintura de jenipapo. É digno de nota o fato de não ser usado o urucu. O autor dá a versão de dois mitos astrais e estuda, depois, a mudança cultural, enumerando os traços conservados e perdidos. Apesar de quase todos os Tukuna andarem completamente vestidos à moda dos brancos, praticam, ainda, a iniciação das moças, depilando-as, e as danças de máscaras. São bons lavradores, usam diversos processos de pesca, sendo muitos homens bons caçadores e grandes consumidores de bebidas fermentadas. O autor louva as mulheres como fabricantes de diferentes espécies de louças.

(p. 492)

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