IHERING, Hermann von
- Os Botocudos do Rio Doce. Revista do Museu Paulista VIII, São Paulo 1911, pp.38-51 e 5 pranchas.
O autor apresenta as observações feitas por Walter Garbe, em 1909, entre aquêles índios, comparando-as com informes dados por outros viajantes.
À página 48 afirma: "Entre os objetos da coleção que são novos à ciência, há dois de um interêsse particular: a existência de flautas sopradas pelo nariz e de diversos distintivos dos caciques. Com referência às flautas quero relembrar o que sôbre o mesmo assunto publiquei no "Globus", Bd. LXXV, N. 23, 1899, p. 375. Os distintivos consistem em uma pequena coroa de folhas de palmeira, que o cacique porém só traz no primeiro tempo depois da sua eleição, ligando depois pouca atenção a ela, e em flechas e arcos enfeitados por aneis estreitos de penas de diversas côres."
O artigo foi comentado por Walter Knoche ("Einige Bemerkungen über die Uti-Krag am Rio Doce"). Garbe (p. 44) "viu entre êstes Botocudos uma qualidade de veneno, embrulhado em folhas largas, e que afirmam ser destinado para preparar as flechas hervadas." No dizer de Knoche (p. 396), os Botocudos ignoram veneno desta espécie. Segundo Garbe (1.c.), "além de arcos e flechas os Botocudos não têm outras armas." Knoche (1.c.) afirma usarem êstes índios, além disso, para a defesa, pequenas estacas ponteagudas que fincam no solo, o que, aliás, já foi mencionado pelo príncipe de Wied.
Flautas sopradas pelo nariz não foram mais encontradas por Knoche (p. 397), que visitou os Botocudos no ano de 1912.
(p. 321)