EHRENREICH, Paul
- Die Einteilung und Verbreitung der Völkerstämme Brasiliens nach dem gegenwärtigen Stande unsrer Kenntnisse. Dr. A. Petermanns Mitteilungen aus Justus Perthes' geographischer Anslalt, XXXVII, Gotha 1891, pp.81-89, 114-124, 1 mapa (prancha 6). (A versão portuguesa feita por J. Capistrano de Abreu saiu, primeiro, no Jornal do Commercio de Junho de 1891, sendo reproduzida integralmente na Revista da Sociedade de Geographia do Rio de Janeiro VIII, Rio de Janeiro 1892, pp.3-56).
Êste trabalho sôbre a classificação e distribuição das tribos índias do Brasil segundo o estado dos conhecimentos etnológicos em 1891 apresenta-se, de certa maneira, como reação contra exageros de Martius, principalmente contra "sua suposição completamente infundada de migrações incessantes de povos, divisões de tribos e reunião de elementos heterogêneos formando novas hordas (que ele designou de colluvies gentium), como também de troca de idiomas e de alterações lingüísticas ilimitadamente continuadas." (p. 83). Esta suposição levou a duvidar da possibilidade de classificar as tribos e línguas sul-americanas (pp.83, 84).
Ehrenreich chega à seguinte conclusão (p.123): "Pondo de lado os poucos povos ainda indetermináveis e aquêles que dos países vizinhos se estendem até ao interior do Brasil, resulta a maioria das tribos brasileiras pertencer às quatro grandes famílias principais dos Tupi, Gê, Karaíb e Maipure ou Nu-Aruak, e por conseguinte, ser relativamente simples o aspecto etnográfico dêste grande país."
A respeito das direções da difusão dessas quatro famílias, lemos na mesma página: "Do coração do continente sairam os Tupi para todos os lados e os Karaib para o nordeste, enquanto os Nu-Aruak avançaram do norte para o interior, vindo do este os Gê."
Certas afirmações de Ehrenreich mostram que êle, opondo-se à complicação feita por Martius, caiu no simplismo. Assim, por exemplo, linguistas modernos não concordam com êle em classificar, sem reserva, os Botocudos e Kaingang como Gê.
(p. 214-215)