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ALMEIDA, A. Ozorio de

O autor chega às seguintes conclusões (p. 8): "Untados de urucu se acham os índios tão bem protegidos contra a ação actínea do sol como se estivessem vestidos com tecidos espessos, qual usam as tribos do Sahara. Entretanto por se acharem nús, o ar circula livremente em tôrno do corpo, roubando calor pelo seu contacto e acelerando a evaporação do suor. Si se expõe ao sol, é propriedade do urucu acime verificada, não absorver senão muito moderadamente o calor solar, refletindo os raios vermelhos e também os raios caloríficos; daí não exigir o homem branco ou pouco pigmentado, untado de urucu, um excesso de sudação, como se dá com o negro, nessas circunstâncias. Sendo dadas essas propriedades do urucu, que as nossas experiências mostram, e considerando-se a generalidade de seu uso entre os índios tropicais da América, pensamos que se devem considerar seu emprêgo, não como simples adôrno, mas como meio eficaz de proteção contra a luz e o calor tropicais."
Discordo do autor, pois, a suposta "generalidade" do uso do urucu só pode referir-se à vasta difusão geográfica, mas não ao emprêgo diário, nem à aplicação ao corpo inteiro e a todos os indivíduos. Nas tribos que conhecemos, só determinadas pessoas untam-se de urucu, geralmente só em determinadas partes do corpo, e nunca todos os dias.

(p. 56)

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