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ACUÑA, Christoval de 1597-1675
  • Nuevo descubrimiento del gran rio de las Amazonas. Colección de libros que tratan de América, raros ó curiosos II, Madrid 1891, xxxi, 235 pp. in-12.º. — Uma edição in-8.º, ilustrada com vários mapas da época, apareceu em Buenos Aires, no ano de 1943, na coleção Buen Aire.

Êsse jesuíta espanhol viajou, em 1639, de Quito ao Pará, descendo o Amazonas. Das suas notícias sôbre os habitantes da região percorrida destacam-se as concernentes aos Tupinambá, nas quais Métraux, na sua monografia "Migrations historiques des Tupi-Guarani", buscou sua hipótese a respeito do itinerário dêsses índios, de Pernambuco ao Madeira. Na recente edição brasileira da narrativa de Acuña, aparecida no livro: Gaspar de Carvajal, Alonso de Rojas e Cristobal de Acuña: Descobrimentos do Rio das Amazonas, (traduzidos e anotados por C. de Melo-Leitão), Brasiliana 203, São Paulo 1941, p.261, há, com referência a isso, a seguinte nota: "Berredo completa a narrativa de Acuña e dela diverge no que se refere às lendas contadas pelos tupinambás. Diz êle: Mais abaixo (do rio Madeira), pela parte do Norte, desemboca o de Saracá, depois de ter já desaguado nele o de Urubú (a que o padre Cunha chama Barururú), habitado de muito gentio, que se comunica com os holandeses de Suriname; e a êste último antepõe também o mesmo padre (sem dúvida que equivocadamente), não só ao da Madeira mas ainda ao Negro. Pouco adiante de Saracá, correndo para a banda do Norte, passou a armada a boca do rio Atumá, e com mais um dia de viagem a dos Jamundazes. Nessa altura se deixou persuadir a singeleza do padre Cunha de várias novelas, sugeridas tôdas por uns chamados índios Topinambazes. — Maurício de Heriarte chama aos Tupinambás Tupinambaranas, dando as mesmas informações que o padre Acuña."

A relação de Carvajal, publicada em versão portuguêsa junto à de Acuña, no livro citado e da qual apareceu uma edição em espanhol moderno sob o título "Descubrimiento del Rio de las Amazonas'', Sevilla 1894, ccxxxix, 278 pp. in-4.º, refere-se à descida do Amazonas, em 1541, por Orellana, em cuja companhia viajava êsse dominicano espanhol. Contém informes sôbre a gente da "terra de Omagua" e outros índios.

Ambos, Carvajal e Acuña, oferecem material para o estudo da etnografia amazônica dos séculos XVI e XVII, mas material freqüentemente duvidoso, cuja utilização exige a maior precaução. Para o conhecimento dos índios do Brasil atual não é necessária a leitura dêsses autores.

(p. 46-47)

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